domingo, 17 de maio de 2009

Hoje...

Que se comemora 50 anos do Cristo Rei, lembrei-me de ir ao meu caderno recuperar um post que escrevi há duas ou três semanas.

Parada no trânsito puxo o travão de mão. Recosto-me no assento e observo o rio à minha direita, com a sua cor cinza-prata.

Lisboa, ao fundo do lado esquerdo, linda com ou sem sol. A cidade onde, sempre disse, nunca iria viver ou trabalhar, agora acolhe-me. Aos poucos vou tornando-me mais sua, dando-me a conhece os seus recantos e encantos.

Sem me aperceber tenho lágrimas a rolarem-me pelo rosto.

Detesto dias como os de hoje. Em que não produzo, em que olho para os papéis, mexo e remexo nas coisas... Em que pesquiso... Em que o meu cérebro não colabora.

Dias como este, onde me vejo presa... onde a vontade de sair porta fora é mais que muita. Não o faço por um sentido de responsabilidade, que muitos criticam e censuram.

Eu dei a minha palavra.
Aceitei as regras.
Estou a lutar por um futuro. O MEU futuro.
Custa-me sentir que algumas pessoas à minha volta não percebem este sentimento que carrego dentro de mim.

Aceitei um compromisso e vou cumpri-lo até ao fim. Dou mais do que me pedem, mas gosto da recompensa. Aprender... Tenho sede de aprender.

Também sei, que em dias como este, seria muito melhor agarrar no carro e dirigir-me até ao rio. Sentar-me a observa-lo.
Absorver a sua energia, paz e tranquilidade.

Agarrar no trabalho e faze-lo numa esplanada ou mesmo em casa, depois de descansar e me distrair com algo...

Levanto o olhar do rio. A paisagem toda cinza. Perco-me na sua beleza, na sua imensidão. O meu coração acalma, a minha mente desanuvia, o meu sorriso surge, quando...

O Cristo Rei sobressai daqueles tons tristes e melancólicos, iluminado por um raio de sol, tornando-se ainda mais majestoso.

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